RANGER'S INVESTIGAÇÕES CONFIDENCIAIS

NOTICIAS

Traição: como lidar com o problema

"Eu desconfiei quando encontrei um fio de cabelo no carro. Perguntei direto: 'Você está tendo um caso?' Ele se virou para mim e arregalou os olhos. Não disse nada. Dias depois, saiu de casa"

Camilo Van

O Brasil abriga milhões de vítimas de um problema construído às escondidas: a traição amorosa. E, ao contrário de quem trai, os estudos sérios sobre o tema não mentem jamais. O mais recente, feito pelo Projeto Sexualidade da Universidade de São Paulo (USP), mostra que um quarto das mulheres (26%) e metade dos homens (50,8%) admitiram ter dado pelo menos uma vez a conhecida pulada de cerca. A conclusão é imediata: há muito mais gente sendo enganada do que nós, traídos ou não, imaginamos. Mas como lidar com o problema? O que fazer quando a descoberta atinge como um míssil uma união aparentemente sólida? Como recuperar a alegria diante de um impacto capaz de aniquilar de uma só vez a auto-estima e a confiança em quem se ama?

Não há uma fórmula para resolver todos os casos. Cada um deverá concluir se deve ou não se separar e quais os limites para o perdão. Mas a experiência de quem voltou à tona depois do drama pode gerar ensinamentos. O caso da comissária de bordo paulistana Samantha Moraes, 30 anos, é exemplar. Da tragédia pessoal, ela retirou as ferramentas para refazer sua vida. No ano passado, um longo fio de cabelo louro encontrado no carro do marido começou a atormentá-la. “Perguntei direto: ‘Você está tendo um caso?’ Ele se virou para mim e arregalou os olhos. Não disse nada. E saiu de casa”, conta. Dias depois, Samantha se assustou ao vê-lo na tevê como o apaixonado companheiro da ex-garota de programa Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, conhecida por contar suas peripécias no livro O doce veneno do escorpião.

O fio de cabelo era de Surfistinha. “Me senti humilhada. Todos vinham me perguntar”, lembra. Samantha perdeu seis quilos, teve pneumonia, passou dificuldades financeiras, mas deu a volta por cima. Contou sua saga no livro Depois do escorpião (ed. Seoman, 120 págs., R$ 24). O último capítulo traz dicas para enfrentar a traição, como “mude a aparência”, “saia da toca”, “mantenha um diário” e “livre-se das lembranças doloridas”. O sucesso veio rápido e encheu sua agenda de convites. Numa entrevista, conheceu o atual namorado, um diretor de tevê, com quem vai morar em um condomínio luxuoso. Hoje, saboreia o gosto da vingança cada vez que alguém se aproxima e diz que ela é mais bonita do que Surfistinha. Só não se conforma em imaginar os filhos – de seis e três anos – convivendo com a ex-garota de programa. “Ela não é boa companhia. Já pensou meus filhos lendo aquele livro ou vendo seus filmes?”, desabafa. “Vou exigir na Justiça que meu ex-marido não deixe as crianças ao lado dela”, promete.

Para quem vê de fora, não é fácil entender o que leva um homem a trair uma moça como Samantha. A antropóloga Mirian Goldenberg explica que nem sempre o racional impera nessas situações. “Os homens alegam que traem por instinto, em função da natureza masculina. Já as mulheres colocam a culpa nos parceiros, que estão ausentes, deixaram a vida sexual esfriar ou perderam o romantismo”, diz. Como na maioria dos casos o impulso dos homens não passa pelo envolvimento afetivo com a outra, o perdão costuma ser mais fácil para elas, desde que as puladas de cerca não sejam um hábito. O fundamental, na opinião da psiquiatra Carmita Abdo, é esperar duas semanas para definir o futuro. O tempo, nesses casos, abaixa a poeira da mágoa e faz o traído perceber se o relacionamento pode ser salvo. “Não adianta partir no mesmo dia por vingança. O sofrimento será mútuo e quem foi traído sofrerá duas vezes”, ensina.

Quando passou por essa experiência, a atriz paulista Regiane Alves, 28 anos, demorou para se decidir e acabou optando pela separação. “Eu passei a questionar o que tinha levado à traição e vi que nosso relacionamento estava desgastado. Uma boa união não deixa espaço para a infidelidade”, acredita. Uma curiosidade: nas próximas semanas, Alice, a personagem de Regiane Alves em Páginas da vida, será trocada por Olívia, vivida por Ana Paula Arósio, o que dará o estalo para muito ciúme na novela. “Ainda não sei se haverá separação”, comenta.

O adultério é o principal motivo de separações litigiosas no Brasil. E também o principal assunto nas agências de investigação. “Mais de 70% dos clientes chegam com a desconfiança de que estão sendo traídos”, afirma o detetive Edilmar Lima, de Brasília. Ele conta que, na maioria dos casos, as mulheres perdoam, o que não acontece com os homens. “Nessas horas, viramos conselheiros. Se a escapada é eventual, sugiro ao cliente que dê outra chance. Mas se a pessoa já tem praticamente duas famílias, é melhor sair do relacionamento”, diz. Isso aconteceu com a estudante brasiliense Flávia de Castro, 24 anos. Depois de um ano e nove meses de namoro, ela descobriu que seu amado mantinha uma união paralela com a ex. “Nenhuma de nós sabia da outra”, conta. “Ele pediu para voltar, mas eu passaria a desconfiar da sombra e jamais nossa relação daria certo.”

Muitas vezes, acredita a psicóloga Magdalena Ramos, coordenadora do Núcleo de Casal e Família da PUC de São Paulo, é melhor se separar do que transformar a vida do casal em um inferno. Ela lembra que grande parte das vítimas de traição fica de tal maneira perturbada que passa a vasculhar gavetas, carteiras, bolsas e pastas. Por isso, aconselha que o casal analise sua relação e avalie se há mais ônus do que bônus. “Traição é conseqüência da falta de empolgação. O importante é a pessoa que foi infiel explicar o que a motivou a fazer esse gesto e o traído ter paciência para ouvir sem raiva”, diz.

Se a decisão for manter a união, é preciso cuidado com a etapa seguinte: a reconstrução da confiança do traído. “Às vezes, demora anos para que ele deixe de encontrar vestígios de infidelidade em todos os cantos”, constata o psicólogo Aílton Amélio, do Centro de Estudos da Timidez e do Amor da USP. “Quem pisou na bola deve ser compreensivo e ajudar o outro a se recuperar.” Isso significa, por exemplo, receber uma visita surpresa do parceiro no trabalho sem broncas e atender telefonemas freqüentes com naturalidade. A comparação com o outro ou a outra também costuma virar uma neurose neste período. Para amenizar, Amélio sugere muito carinho.

Quem atropela essa etapa pode se arrepender depois. “Se optar pela separação, é bom lembrar que o sofrimento pela ausência da pessoa vai passar, se houver dedicação ao trabalho e apoio dos amigos”, sugere o corretor de imóveis carioca Tomaz Capett, 42 anos. Em 1992, ele flagrou sua esposa passeando de mãos dadas com o dono da locadora de que eram clientes. “Quebrei o pau e a levei à força para a casa dos pais dela. Mergulhei no trabalho durante meses e via meus amigos toda noite”, recorda-se. Superou o trauma, mas não voltou com a ex-mulher. No ano passado, Capett teve outra experiência difícil. E viu que traição é algo tão temido que a simples suposição de que o ato ocorreu pode produzir estragos. A mulher com quem ele estava casado o encontrou em um bar com uma amiga dela e se convenceu de que havia traição. “O rompimento foi inevitável, mas sou inocente”, jura.

A mesma presunção de culpa quase destruiu o namoro do técnico em eletrônica paulistano Renato Pichelli, 21 anos, que decidiu continuar com a estudante Andréa Leite, 18. “Ela ficou com um amigo meu para dar o troco porque achou que eu havia ficado com outra”, conta. Durante dois meses, Renato não atendeu os telefonemas de Andréa, que tentava se justificar. Quando finalmente se dispôs a ouvir, a intriga foi esclarecida. “Uma menina queria nos separar para ficar com o Renato e espalhou boatos. Só conseguimos voltar depois que ela confessou a trama”, explica Andréa. Hoje, a relação saiu fortalecida. “Aprendemos a dar mais valor às coisas depois que as perdemos”, avalia ele. Sua dica é conversar. E perguntar a si mesmo se a outra ainda é o amor da sua vida. Se for, vale a pena fazer um esforço e dar a volta por cima. Por que não?

 

Contato

RANGER'S INVESTIGAÇÕES CONFIDENCIAIS

detetiverichard@hotmail.com

Rua: Cónego Cipião Nº 418 sala 07-esquina C/ Regente Feijó- Galeria Spazio-Centro- Campinas S.P CEP.13010-010

PABX:(19) 3304-1329 /
CEL:(19) 9 9815-6998 -VIVO / 9 8730-5606-OI / 9 8383-3068-TIM

Pesquisar no site

AIIC-INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS DEPTº.DE CRIMINALISTICA E CRIMINALOGIA Nº DE REGISTRO 243-09

Crie um site grátisWebnode